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A idade da mulher é apenas um número?

Já sabemos que a idade da mulher é o definidor de toda a estratégia dos tratamentos de reprodução assistida. A idade da mulher conta muito, quando falamos do desejo de engravidar e formar uma família, pois é a partir dela que o especialista em reprodução humana pode auxiliar o casal ou a paciente a tomar as melhores decisões reprodutivas.

Por isso é muito importante  fazer uma reflexão sobre um   estudo que mostrou que as revistas populares geralmente apresentam celebridades grávidas em suas capas (na faixa dos 40 anos), sem mencionar os riscos da gravidez em idade materna avançada ou as tecnologias e os métodos reprodutivos avançados necessários para alcançar essas gestações.

Ao minimizar o declínio da fertilidade com o avanço da idade da mulher, as revistas provavelmente contribuem para a crença das mulheres de que elas podem adiar a gravidez com segurança até idades posteriores. O estudo foi publicado no Journal of Women’s Health.

“A idade é apenas um número: como as revistas voltadas a celebridades deturpam a fertilidade em idades reprodutivas avançadas” é o nome do estudo. Os pesquisadores examinaram 416 edições de revistas destinadas a mulheres em idade reprodutiva e descobriram que a fertilidade era destacada em um terço das capas, incluindo a menção de 240 celebridades diferentes.

Mais da metade das celebridades tinha idade materna avançada, mas havia apenas duas menções aos riscos de gravidez associados a esta condição. Um terço das gravidezes de mulheres com idade materna avançada era de celebridades com 40 anos ou mais; no entanto, nos artigos das revistas houve pouca ou nenhuma discussão sobre a necessidade de intervenções avançadas para alcançar a gravidez, como a fertilização in vitro e a necessidade de gametas de doadores.

“É fácil se sentir atraído pela capa de uma revista popular que mostra uma celebridade feliz grávida, aos 40 anos, e pensar que a fertilidade é a norma nessa fase da vida reprodutiva da mulher. Muitas vezes, nas reportagens não são mencionadas as tecnologias de reprodução assistida e os riscos associados a essas gravidezes tardias”, defendem os autores do estudo.

A gravidez em idade avançada

Halle Berry, Janet Jackson, Mariah Carey: essas são apenas algumas celebridades que deram à luz bem depois de completar 40 anos. Folheando as revistas femininas no supermercado, você verá histórias de mulheres, algumas até com 50 anos, que agora são mães orgulhosas.

“Os avanços na medicina reprodutiva tornaram possível o que antes parecia impossível. Mas o que você lê nas revistas de celebridades nem sempre pode ser a história toda. Sim, uma mulher de 45 anos pode ter gêmeos saudáveis, mas ela muito provavelmente usou óvulos de doadores em conjunto com a fertilização in vitro ou qualquer outro tratamento de infertilidade. Seu parceiro masculino também pode ter precisado de uma extração de esperma ou outro procedimento”, afirma o especialista em Reprodução Humana Pedro Peregrino, diretor da Clínica Venvitre.

Os tratamentos modernos curaram a infertilidade? Todos os que desejam iniciar uma família podem fazê-lo? Qual é a verdade por trás dessas manchetes?

“A realidade é que os tratamentos de infertilidade estão evoluindo e melhorando, mas a esperança deve ser alimentada com expectativas realistas. Se você deseja conceber tradicionalmente, isso requer planejamento reprodutivo, pois o relógio biológico é real.  A reserva ovariana feminina se esgota. No entanto é preciso saber que há muitas maneiras pelas quais as pessoas podem se tornar mães e pais na faixa dos 40 anos. O especialista em Reprodução Humana Assistida pode orientar cada caso com propriedade”, explica Pedro Peregrino.

Baixa da reserva ovariana: entenda o problema

Saber se você está com uma baixa na reserva ovariana pode ser essencial para definir o melhor tratamento para engravidar.

Isso porque a mulher nasce com um número pré-determinado de óvulos, ou seja, com todos os folículos em estágios variáveis e todos os óvulos que usarão durante a vida reprodutiva.  Esse número se aproxima de 1 a 2 milhões e na puberdade chega a 400 mil. Após o início da menstruação, todos os meses há perdas de folículos e óvulos. E é assim até a mulher entrar menopausa. 

Portanto, é normal e fisiológico, que a reserva ovariana diminua ao longo do tempo. Essa queda é mais significativa após os 35 anos. Além disso, os óvulos que ficam envelhecem com a mulher. Por isso, também perdem qualidade com o passar dos anos.

Em alguns casos, as mulheres tem uma baixa significativa da reserva ovariana mais precoce. Essa condição pode afetar suas chances de gestação, a depender da sua programação reprodutiva.

Conheça as causas da baixa da reserva ovariana

São causas de diminuição da reserva ovarina precoce:

  • Cirurgias ovarianas ou tubárias;
  • Endometriose;
  • Menopausa Precoce;
  • Causas Genéticas (Ex: Síndrome do X frágil);
  • Maus hábitos alimentares;
  • Tabagismo;
  • Tratamentos Oncológicos.

Em geral, orientamos as mulheres a investigarem a possível baixa da reserva ovariana a partir dos 30 anos. Essa avaliação pode ser feita pelo próprio ginecologista e consiste numa medida indireta do “estoque” dos folículos e óvulos.

Entenda as medidas a serem analisadas

Medidas de Reserva Ovariana:

  1. Hormônios FSH e Estradiol entre o 2º e 5º dia do ciclo menstrual:  avalia o bom funcionamento do eixo hipófise – ovário. Nessa fase do ciclo o FSH < 10 UI/L e estradiol, que deve estar <60 pg/mL).
  2. Hormônio Antimulleriano (AMH) – produzido pelos folícuos antrais iniciais. Pode ser colhido em qualquer fase do ciclo menstrual. Idealmente sem uso de anticontraceptivos hormonais por 3 meses. Se o AMH for maior do que 1,2ng/dL significa, indiretamente, que a reserva de ovariana está normal. 
  3. Contagem de Folículos Antrais (CFA)– realizado entre o 2º e 3º dia do ciclo menstrual, por ultrassom pélvico transvaginal, em que contamos os folículos recrutados para aquele ciclo. A CFA normal é em torno de 8 folículos, contado os dois ovários.

Saiba alguns tratamentos de reprodução assistida para essa situação

Em casos de baixa da reserva ovariana precocemente é possível orientar essas pacientes em relação ao futuro reprodutivo. Além disso, a avaliação da reserva ovariana é fundamental para um bom PLANEJAMENTO REPRODUTIVO. Para isso, podemos indicar ações como:

  • Congelamento de óvulos para preservação da fertilidade social ou oncológica;
  • Orientar e fazer um planejamento reprodutivo adequado;
  • Antecipar programação de gestação do casal;
  • Estabelecer melhor estratégia de estímulo ovariano em tratamentos de FIV.

Doação de Gametas: saiba mais

A demanda pela doação de gametas – óvulos e espermatozoides de doadores – supera a oferta na Austrália. Para descobrir o que pode tornar o recrutamento de doadores mais bem-sucedido, os pesquisadores australianos entrevistaram 1.000 pessoas, perguntando se já haviam doado gametas (óvulos ou esperma) e, se não haviam feito isso, perguntaram os motivos. 

Apenas oito pessoas haviam doado seus gametas. Dos que não doaram, alguns deram motivos que mostravam que jamais cogitariam ser doadores. No entanto, outros indicaram que, em algumas circunstâncias, poderiam estar dispostos a doar.

Quem precisa de óvulos e espermatozoide de doadores?

Na Austrália e em alguns outros países, incluindo Reino Unido, Nova Zelândia e  Suécia , os doadores de óvulos e espermatozoides, não podem ser pagos e devem concordar que sua identidade pode ser conhecida por qualquer criança nascida como resultado de sua doação quando completarem 18 anos. Em outros países, incluindo os Estados Unidos e alguns países da Europa, os doadores podem ser pagos e permanecerem anônimos. 

“No Brasil, a doação de gametas tem caráter gratuito. E a demando por sêmen  e óvulos é muito maior que a oferta, o que ocasionou um grande aumento da importação de sêmen e óvulos nos últimos anos. O procedimento para importar células e tecidos germinativos (sêmen, oócitos e embriões) segue padrões definidos pela Anvisa”, explica o especialista em Reprodução Assistida, Pedro Peregrino, diretor da Clínica Venvitre. 

Os óvulos e espermatozoides doados permitem que pessoas que de outra forma seriam incapazes de ter filhos se tornem pais. Homens em relacionamentos com pessoas do mesmo sexo podem se tornar pais com a ajuda de uma doadora de óvulos e de um útero de substituição. 

Para mulheres em relacionamento com pessoas do mesmo sexo, mulheres solteiras e casais heterossexuais em que o parceiro masculino não produz espermatozoides, o material de um doador torna possível a paternidade. E para as mulheres que, devido à idade, não produzem óvulos viáveis, os gametas doados por uma mulher mais jovem representam uma boa chance de ter um bebê.

Em países onde doadores são pagos para doar seus óvulos e espermatozoides e podem permanecer anônimos, óvulos e espermatozoides de doadores estão disponíveis para aqueles que precisam e podem pagar. 

Mas na maioria dos países onde apenas doações altruístas são permitidas e onde os doadores não podem ser anônimos, há escassez de doadores, como ocorre no Brasil. Isso significa que algumas pessoas que precisam de óvulos ou espermatozoides de doadores precisam entrar em uma lista de espera, tentar encontrar seu próprio doador (amigo ou parente) ou importar o material de bancos estrangeiros.

Vamos aos dados da pesquisa

Sabemos que a maioria das pessoas que doam seus óvulos e espermatozoides são motivadas pelo altruísmo e pelo desejo de ajudar pessoas inférteis a terem filhos. Quando os doadores são pagos, a compensação financeira também é um motivador. 

Mas pouco sabemos sobre as pessoas que não doam. A pesquisa australiana on-line foi atrás dessas respostas. Das 1.035 pessoas que completaram a pesquisa, apenas oito haviam doado óvulos ou espermatozoides. As respostas escritas que os não doadores deram sobre o porquê não doaram óvulos ou espermatozoides foram analisadas e revelaram quatro razões principais:

  • Barreiras: algumas pessoas não podiam doar, talvez porque tivessem feito vasectomia ou fossem inférteis;
  • Objetores de consciência: alguns consideraram que doar óvulos ou espermatozoides era contra suas crenças religiosas ou normas culturais. Alguns fizeram comentários que refletiam uma recusa firme sem mencionar qualquer motivo específico, por exemplo: “De jeito nenhum eu faria isso, nem em um milhão de anos”;
  • Disposição condicional: alguns comentários sugeriram que alguns não doadores poderiam considerar se tornar um doador de óvulos ou espermatozoides se os requisitos específicos fossem cumpridos. Isso incluía coisas como se eles tivessem mais informações sobre o que envolve a doação, se um membro da família ou amigo próximo precisasse de óvulos ou espermatozoides, se eles já tivessem formado a própria família, se um futuro parceiro os apoiasse para doar óvulos ou espermatozoides ou se fossem pagos para doar;
  • Não considerado: algumas pessoas nunca pensaram ou tomaram uma decisão ativa sobre doar ou não. Isso se refletiu em comentários tais como “Nunca pensei nisso” ou “Ninguém me perguntou”. Algumas pessoas deram várias razões para não doar, e às vezes, elas se encaixavam em mais de um tema. O tema mais comum foi a vontade condicional (aproximadamente 65%), seguido pelos temas “não considerado” (aproximadamente 35%) e “barreiras” (aproximadamente 20%). O tema menos comum foi o “objetor de consciência” (aproximadamente 12%). 

Como podemos atrair mais doadores?

“Este estudo mostra que há potencial para aumentar o número de doadores de óvulos e espermatozoides, melhorando a conscientização sobre a necessidade de doadores e como as doações podem ajudar pessoas que não podem ter filhos a tê-los de outra maneira”, defende Pedro Peregrino. 

E, embora o altruísmo seja uma pedra angular na regulamentação de doação de óvulos e espermatozoides, uma compensação razoável por tempo e esforço pode aumentar o número de pessoas dispostas a doar para ajudar outras pessoas a alcançarem a parentalidade.

Dúvidas dos pacientes com infertilidade

Pacientes com infertilidade têm duas perguntas principais sempre: “quais são as chances de ter um bebê?”  e “quando isso acontecerá?”. Já contamos com dados para dar respostas bem próximas da realidade. Vamos a eles!

Três em cada quatro mulheres que iniciam um tratamento de fertilidade terão um bebê dentro de cinco anos, seja como resultado do tratamento ou após  concepção natural.

Os números emergiram de um grande estudo de coorte, analisando os registros de nascimento de quase 20.000 mulheres em tratamento de fertilidade na Dinamarca, entre 2007 e 2010. A maioria dessas mulheres (57%) teve seu bebê como resultado do tratamento, mas uma proporção significativa (14%) concebeu espontaneamente sem tratamento. Mais da metade (57%) deu à luz dentro de dois anos.

A Dinamarca é um dos poucos países no mundo em que esse estudo pode ser realizado, pois conta com registros completos que reúnem dados de todos os tratamentos de fertilidade (incluindo inseminação intrauterina) e todos os nascidos vivos, portanto, fornece resultados suficientemente robustos para o prognóstico da vida real.

“Segundo os autores, com esses dados em mãos, os especialistas podem oferecer aos pacientes com infertilidade um prognóstico a confiável, compreensível e estratificado por idade no início do tratamento”, explica o especialista em Reprodução Humana Pedro Peregrino, diretor da Clínica Venvitre.

Entenda o estudo dinamarquês

Um total de 19.884 mulheres foram rastreadas nessa análise, com acompanhamento de nascidos vivos aos dois, três e cinco anos. Os resultados mostraram que, após dois anos de tratamento, 57% das mulheres tiveram um bebê, 46% delas conceberam por fertilização in vitro, quando a FIV foi o primeiro tratamento de fertilidade. No entanto, 34% concebeu após inseminação intrauterina (IIU), quando a IIU foi o primeiro tratamento de fertilidade.

Embora as taxas totais de nascimentos tenham aumentado cumulativamente, durante o período de cinco anos do estudo – de 65%, após três anos, para 71%, após cinco anos – essas taxas não aumentaram após a IIU, quando o tratamento foi prolongado além de dois anos (quando a maioria das pacientes havia mudado para a fertilização in vitro). Além disso, 16,6% das mulheres que iniciaram o tratamento com IIU tiveram um bebê após cinco anos por meio da concepção espontânea.

O que auxilia a concepção?

Análises posteriores mostraram – como esperado – que a idade era o maior determinante do sucesso na gravidez. Aos cinco anos, as taxas totais de nascimentos foram de 80% para mulheres com menos de 35 anos, 60,5% para aquelas com idades entre 35 e 40 anos e 26% para aquelas com 40 anos ou mais.

Segundo os autores, no geral, as chances de um nascimento são boas, mas o tratamento bem-sucedido leva tempo. Os pacientes geralmente precisam de vários ciclos de tratamento. E mesmo que a maior chance de concepção seja após o tratamento, ainda há uma chance razoável de concepção espontânea.

Concepções espontâneas após ou entre tratamentos são comuns em todas as causas de infertilidade e em todas as idades, mas são mais comuns em mulheres com menos de 35 anos que iniciaram o tratamento com a IIU. Após cinco anos do primeiro tratamento, 18% dessas mulheres deram à luz, após a concepção espontânea, em contraste com apenas 8% das mulheres acima de 35 anos que iniciaram o tratamento com fertilização in vitro.

“A IIU geralmente é oferecida a casais que têm infertilidade relacionada à anovulação, infertilidade sem causa aparente ou infertilidade relacionada a fatores masculinos leves, que também têm um prognóstico relativamente bom. A IIU é uma alternativa mais amigável ao paciente e mais barata em relação à fertilização in vitro. No entanto, não é tão eficiente quanto a FIV; apenas 34% dos casais que começam o tratamento com a IIU realmente concebem por esse meio e 38% mudam para outros tratamentos, como a fertilização in vitro”, explica Pedro Peregrino.

Os resultados do estudo são robustos e realistas, com base em todos os ciclos de tratamento e nascimentos e com probabilidade de oferecer um prognóstico a longo prazo para cada paciente que inicia o tratamento de fertilidade.

Neste ponto, pacientes com infertilidade de todo o mundo são iguais: não têm ideia de quantos ciclos de tratamento precisarão ou terão que fazer; portanto, um prognóstico baseado em pontos fixos no tempo reflete melhor a perspectiva de concepção e parto do que as taxas de natalidade após diferentes números de tentativas.

Gravidez: o que pode aumentar a probabilidade de gestação

Além de melhorar a qualidade nutricional da alimentação, existem outras dicas que você pode seguir para aumentar a chance de engravidar.

Embora não pareça evidente, cerca de 20% dos casais até 30 anos possuem alguma dificuldade em ter uma gestação. Isso acontece porque existem vários fatores que podem interferir e dificultar o processo de reprodução, como é o caso de doenças, infecções, genética, dentre outros.

Se você se encontra no momento de tentativa da gestação, mas até agora não obteve sucesso, separamos algumas dicas para seguir e aumentar a chance de engravidar. Confira a seguir!

O que é a infertilidade

Você e seu parceiro(a) estão tentando engravidar, porém já faz 12 meses e ainda não tiveram um resultado positivo?

Então é preciso saber se vocês estão fazendo corretamente ou se há algum problema que esteja dificultando o processo.

Isso porque a infertilidade acontece quando o casal está tentando há cerca de 12 meses, sem uso de preservativo ou contraceptivo e com frequência de, em média 3 vezes na semana, mas ainda não obteve sucesso. Esse tempo diminui para 6 meses caso a mulher tenha 35 anos ou mais.

Nesse caso, é preciso investigar algum problema de infertilidade do casal e buscar opções de tratamento da reprodução assistida. Portanto, buscar um médico especialista em reprodução humana é o mais indicado.

Mas, se ainda não bateu esse tempo ou têm feito errado o processo, você pode tentar as dicas abaixo para conseguir aumentar a chance de engravidar. Confira!

6 pontos que podem aumentar a chance de engravidar

Interromper métodos contraceptivos

O primeiro passo para os casais que querem ter filhos é parar de utilizar os métodos contraceptivos, tais como preservativos, pílulas e injeções anticoncepcionais, DIU e outros. Em alguns casos, como das pílulas, o ciclo menstrual pode ficar irregular e demorar um tempo até estabilizar.

Isso não impede que tentem engravidar imediatamente, mas existem mulheres que preferem esperar alguns meses para preparar o corpo e restabelecer os ciclos naturais.

Manter uma alimentação saudável pode te ajudar a crescer as chances de gestação

Outra dica importante e quem nem todo mundo sabe é que manter uma alimentação balanceada, pobre em carboidratos “ruins”, rica em proteínas magras pode ajudar para uma gestação espontânea.

Para evitar alterações no pH vaginal, as mulheres que querem engravidar devem evitar, durante o período fértil, o consumo de carboidratos. Apesar de ser difícil cortar completamente este macronutriente, diminuir alietos a base de farinha branca como o macarrão, pão e o arroz dos pratos principais já é bastante importante.

Os integrais e frutas, apesar de terem carboidratos, possuem vitaminas para quem quer engravidar essenciais para a saúde das futuras mamães e seus bebês.

Acompanhar e entender o ciclo menstrual

período fértil acontece no meio do ciclo menstrual e dura cerca de 6 dias. Geralmente, se inicia 5 dias antes da ovulação.

Dessa forma, existem alguns dias por mês que a mulher pode engravidar. Ter relações sexuais no dia da ovulação ou 4 a 5 dias antes da liberação do óvulo aumenta as chances de concepção.

E, para identificar os dias com mais chance de engravidar, você pode anotar em um calendário os dias da menstruação, para poder fazer o cálculo exato.

Existem alguns aplicativos para celular que inclusive facilitam esta etapa. Um teste de ovulação também pode ser realizado, para ajudar a identificar a duração do ciclo e a data da ovulação.

Evitar maus hábitos

Existem alguns hábitos, inclusive alimentares, que podem comprometer a fertilidade, tanto masculina quanto feminina. É o caso, por exemplo, do consumo excessivo de cafeína, que dificulta a absorção de cálcio e ferro.

Consequentemente, a capacidade fértil é prejudicada. Além disso, evitar fumo, álcool e drogas recreativas antes e durante a gravidez é essencial interromper estes maus hábitos para aumentar a chance de concepção.

Manter atividade física regular também pode aumentar a chance de engravidar

prática regular de atividades físicas ajuda a melhorar a circulação sanguínea e reduz o estresse e a ansiedade, além de ajudar no controle hormonal.

Considerando que os hormônios têm uma função muito importante na liberação dos gametas femininos e masculinos, largar o sedentarismo e praticar algum esporte pode ser essencial para quem quer aumentar a chance de engravidar! O ideal é se exercitar pelo menos 30 minutos diariamente ou de 2 a 3 vezes na semana por 1 hora.

Manter a rotina ginecológica em dia

Realizar periodicamente a rotina ginecológica, bem como controles hormonais, principalmente da tiroide e prolactina é super importante.

Afinal, alterações desses hormônios podem influenciar no bom funcionamento do ciclo menstrual e ovulação. O próprio ginecologista também poderá fazer perguntas para avaliar os hábitos e a saúde dos pacientes, bem solicitar exames.

Caso haja necessidade, ele fará a prescrição de remédios, indicar suplementos, analisar a necessidade de interromper o uso de medicamentos e outros. A consulta médica é muito importante, pois é neste momento em que será possível identificar qualquer doença que possa diminuir sua chance de engravidar espontâneamente.

Mesmo com essas dicas, 10-15% dos casais tem dificuldades em engravidar. Se isso acontecer, procure um especialista de reprodução humana e infertilidade para realizar uma investigação completa e estudar a melhor estratégia para realizar o seu sonho de engravidar.

Infertilidade secundária: quando o segundo bebê não vem

Infertilidade secundária é um tema emergente que precisamos discutir. Ter engravidado naturalmente uma vez, com facilidade, não é garantia de que o mesmo acontecerá uma segunda vez. Ser incapaz de ter um segundo filho pode gerar um estresse enorme para o casal.

Muitas pessoas nunca ouviram o termo “infertilidade secundária”. Mas, segundo estimativas de um estudo canadense, cerca de um em cada seis casais que já têm um filho não engravidam depois de um ano de relações sexuais desprotegidas.

Muitos acreditam que por terem tido uma primeira gravidez bem-sucedida poderão ter outras iguais. Mas isto nem sempre é verdade. O importante neste processo é saber o momento adequado de buscar auxílio do especialista em reprodução assistida.

“A maioria dos casais não espera ter problemas para dar continuidade à família. Este tipo de situação é menos compreendida pelos mais próximos do que os casos de infertilidade primária. É  como se o casal não tivesse o direito de ficar triste por não conseguir a segunda gravidez, uma vez que já tem um filho”, explica o especialista em Reprodução Humana, Pedro Peregrino, diretor da Clínica Venvitre.

Causas da infertilidade secundária

As causas da infertilidade secundária são, muitas vezes, as mesmas da infertilidade primária:

  • Problemas de ovulação, incluindo Síndrome do Ovário Policístico (SOP);
  • Endometriose;
  • Aderências pélvicas;
  • Miomas uterinos ou pólipos;
  • Baixa reserva ovariana;
  • Baixa contagem de espermatozoides;
  • Problemas ejaculatórios.

Essas condições podem se desenvolver por várias razões. Uma cesariana anterior, infecções, ganho de peso e até mesmo a idade podem afetar adversamente a saúde reprodutiva de uma mulher. Os homens também podem apresentar dificuldades como resultado de estresse, idade ou outros problemas semelhantes.

Tratamento

“Mulheres com mais de 35 anos que tentam ter um segundo (ou terceiro ou quarto) filho devem considerar consultar um especialista em infertilidade após seis meses de tentativas, em vez do recomendado de um ano para as mulheres mais jovens”, orienta Pedro Peregrino.

O estresse da infertilidade secundária na vida e nos relacionamentos de um indivíduo pode ser significativo. Pode ser difícil encontrar apoio da família e dos amigos, especialmente quando uma mulher ou casal já tem filhos. Sentimentos como “você deve ser grato pelo que você tem”, ou “apenas continue tentando”, quase nunca servem como conselhos ou apoio úteis.

“É muito importante que os pacientes com infertilidade secundária saibam que eles não estão passando por esse momento difícil sozinhos e que o especialista em infertilidade pode ajudá-los a enfrentar esse problema”, destaca o diretor da Vivente.

Mioma: saiba como ele afeta a fertilidade

O Mioma no útero é uma neoplasia (tumor) benigna de células de músculo liso uterino que se chama miométrio (camada muscular do útero). Muitas mulheres ficam apavoradas quando descobrem que têm mioma, mas vale ressaltar que se trata de um tumor benigno, que tem uma chance muito baixa (0,3-0,5%) de se transformar em tumor maligno.

Esses miomas são os tumores mais comuns do trato genital feminino e acometem cerca de 20-40% das mulheres em idade reprodutiva, sendo que a grande maioria das mulheres com mioma é assintomática.

Confira a seguir quais as causas, sintomas e como o mioma no útero pode afetar a fertilidade da mulher. Boa leitura!

Entenda as causas do mioma no útero

A causa dos miomas uterinos ainda não é totalmente conhecida. Sabe-se que é um tumor hormônio-dependente (estrogênio e progestagênios) e que seu surgimento pode ocorrer após a menarca (primeira menstruação) e perdurar até a menopausa.

É mais comum em mulheres negras, com história familiar (mãe ou irmã) com sobrepeso ou obesidade. A maior taxa de gordura propicia o desenvolvimento de miomas devido à maior produção de estrógeno periférico nas células adiposas.

Outros fatores de risco podem ser citados como nuliparidade (nunca ter tido filhos), alimentação rica em carne vermelha, Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), Diabetes Mellitus e Hipertensão arterial.

Conheça os tipos de miomas e os sintomas mais comuns

Os sintomas causados pelos miomas estão associados com seu tipo e localização:

  • Submucosos: que aparecem no interior do útero, podem causar dor pélvica crônica, sangramento uterino aumentado e anemia.
  • Intramural: aquele que se desenvolve no meio da parede uterina (camada muscular do útero), provocando principalmente cólicas menstruais de forte intensidade (dismenorreia) e também aumento do fluxo menstrual.
  • Subserosos: que surgem na parte externa do útero, cujo principal sintoma é percebido quando passam a comprimir outros órgãos, como o intestino e vias urinárias. Podem causar, portanto, compressão da bexiga levando a uma necessidade frequente de urinar; compressão de um ou ambos ureteres, causando hidronefrose (dilatação dos rins) e compressão sobre o intestino, levando a constipação e distensão abdominal.
  • Pediculados: podem estar dentro da cavidade do útero (intracavitário) e podem aparecer na parte externa do útero. São ligados à parede uterina apenas por um tecido chamado pedículo, e também podem causar compressão de órgãos adjacentes.

Entenda a relação do mioma no útero e infertilidade feminina

É importante lembrar que mulheres portadoras de miomas com aumento do fluxo menstrual também podem desenvolver anemia por deficiência de ferro e alguns tipos de miomas uterinos, principalmente o submucoso estão associados com infertilidade.

Como já dito antes, os principais sintomas causados pelo mioma são aumento do fluxo menstrual e dor pélvica crônica, mas também infertilidade, dependendo de onde localizado no útero.

Hoje sabemos com nível significativo de evidência que os miomas submucosos são causadores de infertilidade e que miomas subserosos, na grande maioria das vezes, não atrapalham a gestação. Já os miomas intramurais, precisam de um cuidado especial na avaliação e devem ser analisados a cada caso de forma individual. 

Nem todo tipo de mioma precisa ser retirado. Além da localizaçãoo tamanho, o quadro clínico e sintomas da mulher devem ser avaliados.

Sabe-se que a miomectomia (retirada de miomas) é necessária em casos de miomas submucosos ou intramurais que abalam a cavidade endometrial (camada interna do útero). É muito importante estudar e analisar cuidadosamente caso a caso antes de conduta terapêutica específica, principalmente em casos de casais com infertilidade.

Como é feito o diagnóstico do mioma no útero

Como a grande maioria das mulheres com mioma não apresenta sintomas, muitos dos diagnósticos são feitos de forma ocasional quando o médico levanta o histórico da paciente, faz o exame ginecológico ou pede um ultrassom. Algumas outras pacientes, descobrem o mioma quando estão investigando infertilidade.

Em mulheres sintomáticas o diagnóstico começa com um exame físico ginecológico completo e basicamente exames de imagens como o Ultrassom Pélvico / Transvaginal e Ressonância Magnética de Pelve. 

A Ressonância é realizada, principalmente, em casos em que a localização dos miomas não foi definida com exatidão pelo ultrassom e/ou para definir se há compressão de órgão adjacentes.

Entenda o tratamento do mioma uterino

Em primeiro lugar, mulheres com quaisquer sintomas devem procurar o ginecologista para avaliação completa. Mulheres assintomáticas, a princípio, só precisam de acompanhamento de rotina ginecológica e não necessitam de tratamento.

A terapêutica tem por finalidade melhorar cólica menstrual e diminuição do fluxo e período menstrual, aumentando assim a qualidade de vida da mulher. Muito importante também levar-se em conta o futuro reprodutivo da mulher, bem como o simples desejo de manutenção do útero.

O tratamento do mioma pode ser clínico ou cirúrgico.

1. Clínico

  • Analgésicos comuns e anti-inflamatórios não esteroide (AINE) para alívio da dor;
  • Antifibrinolíticos e AINE para diminuição do fluxo menstrual;
  • Medicamentos à base de hormônio como Anticoncepcionais orais ou injetáveis para bloqueio do ciclo menstrual e, assim, diminuição dos sintomas, já que estes aparecem principalmente durante a menstruação.

2. Cirúrgico

  • Histerectomia: cirurgia utilizada para retirar o útero. O benefício é definitivo; entretanto, não é indicada para mulheres que ainda querem gerar filhos ou desejam manter o útero.
  • Miomectomia: cirurgia de retirada do mioma, preservando o útero. A anatomia do órgão é restabelecida e os sintomas diminuem. Indicada para mulheres que desejam desejo reprodutivo ou para aquelas que têm infertilidade causada pelo mioma, melhorando assim, as chances de engravidar.
  • Embolização das Artérias uterinas: procedimento realizado por meio de um cateter introduzido na artéria femoral e direcionado às artérias uterinas, responsáveis por nutrir o mioma. Injeta-se micropartículas que embolizam as artérias uterinas bloqueando a alimentação do tumor. Há melhora das queixas e diminuição dos miomas, porém não é aconselhável em mulheres com desejo reprodutivo pois pode alterar a atividade do endométrio na implantação do embrião.
  • Ultrassom de Alta Frequência focalizado e guiado por Ressonância magnética: modalidade nova, minimamente invasiva para tratamento dos miomas. A paciente deita-se na mesa de ressonância e, por meio do ultrassom, ondas de alta frequência são direcionadas para o mioma que sofre uma ablação e necrose do tecido. Estudos ainda estão sendo realizados para avaliar a real indicação deste método. Inicialmente, também é contraindicado para mulheres com desejo reprodutivo pois ainda não se sabe se é prejudicial ao endométrio (camada que reveste o útero por dentre e onde se implanta o embrião.

O consumo de álcool afeta a fertilidade?

Há problema em beber enquanto você está tentando engravidar? O consumo de álcool pode interferir ou atrapalhar a gravidez? Sendo assim, quanto de álcool é seguro beber? E,  já ter bebido muito no passado interfere na  fertilidade no presente?

Alguns casais engravidam sem nem tentar, enquanto outros tentam por meses ou anos. Acrescente a isso o fato de que existem fatores aparentemente infinitos que podem afetar a fertilidade de homens e mulheres e que  estão fora de nosso controle. Não é de admirar que planejar  a gravidez possa ser tão estressante.

Dito isto, existem certas escolhas de estilo de vida que contribuem para a fertilidade (e infertilidade) que estão sob nosso controle. Geralmente, as coisas que contribuem para a saúde geral também contribuem para a fertilidade – fazer exercícios regulares, adotar uma dieta equilibrada e não fumar são importantes.

“Existem algumas evidências de que o consumo excessivo de álcool pode afetar negativamente a fertilidade a curto e a longo prazo. Nenhuma surpresa aqui: se você e seu parceiro estão tentando engravidar, ou se você espera engravidar algum dia, evite beber muito”, afirma Pedro Peregrino, especialista em Reprodução Assistida, diretor da Clínica Venvitre.

Para esclarecer esses conceitos, as Diretrizes Dietéticas  Americanas definem o consumo moderado como até um drinque por dia para mulheres e até dois drinques por dia para homens. O Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo define o consumo excessivo de álcool como cerca de quatro drinques para mulheres e cinco drinques para homens em um período de cerca de duas horas, cinco ou mais vezes por mês.

Efeitos do álcool

Para as mulheres, há algumas evidências científicas de que o álcool pode causar mudanças na regulação do ciclo e na ovulação no contexto de uso pesado e crônico. E alguns estudos sugerem que o consumo crônico e pesado pode levar à diminuição da reserva ovariana.

O uso pesado de álcool tem um efeito semelhante na fertilidade masculina. Com o uso pesado, alguns estudos mostraram uma diminuição nos hormônios que levam à produção de testosterona e esperma.

“A verdade é que ainda temos muito a aprender sobre como o álcool afeta o sistema reprodutivo ao longo da vida. Não há muitos estudos avaliando os efeitos fisiológicos do consumo de álcool na fisiologia reprodutiva. Não há uma forte associação entre beber pouco e moderadamente e  infertilidade para a maioria das pessoas”, explica o médico.

Em outras palavras, um histórico de consumo moderado de álcool provavelmente não atrapalha suas chances de engravidar.

Mas há também pesquisas que defendem a exclusão total do consumo de álcool. Os autores de um estudo de revisão de 2017 na revista Fertility Research and Practice analisaram o efeito do álcool nas taxas de Transtorno do Espectro Alcoólico Fetal, risco de perda fetal e risco de natimorto. Em sua conclusão, eles recomendam que as mulheres evitem o álcool completamente enquanto tentam conceber e durante a gravidez, “já que nenhuma ‘dose segura’ foi identificada e os efeitos para o feto podem começar logo após a implantação”.

“O álcool é um dos muitos fatores que afetam a fertilidade. O único fator de estilo de vida que sabemos com certeza que afeta a fertilidade é o tabagismo. Mas medir  o impacto de outros fatores não é tão simples”, observa o especialista em Reprodução Assistida.

Dieta e exercício, por exemplo, são sempre importantes ao tentar conceber. No entanto, há uma percepção equivocada de que, se você estiver se exercitando e comendo bem, é menos provável que tenha infertilidade.  Na verdade, saúde reprodutiva nem sempre é sinônimo de saúde geral. Em outras palavras, você pode estar fazendo “tudo certo” e ainda  assim ter problemas para engravidar.

De volta à bebida, no entanto… “A conclusão é que não sabemos exatamente como o álcool afeta a fertilidade. É improvável que o uso de álcool no passado tenha um grande impacto em sua fertilidade hoje, e até mesmo beber pouco ou com moderação enquanto tenta conceber provavelmente não interfere no processo. Mas, se você está tentando engravidar há vários meses ou anos sem sucesso, você pode tentar cortar o álcool,  além de procurar o especialista em Reprodução Assistida”, recomenda Pedro Peregrino.

Problemas genéticos afetam a fertilidade!

Estima-se que aproximadamente 50% dos casos de infertilidade sejam causados por problemas genéticos. A história familiar desempenha um papel relevante quando se trata de certas condições que podem levar à infertilidade. Além disso, os cientistas ainda estão trabalhando para descobrir como a genética pode afetar os problemas de fertilidade.

Alguns especialistas dizem que os pesquisadores ainda não sabem o que causa a infertilidade em cerca de 20% a 30% dos casos,  quando a reserva ovariana, a função do sêmen, as trompas de Falópio e o útero são testados e parecem estar funcionando normalmente. Outros médicos suspeitam que esses casos podem de alguma forma estar relacionados aos fatores de comportamento e estilo de vida, como nutrição, peso, exercícios e até níveis de estresse.

Listamos, a seguir, as descobertas sobre como os problemas genéticos podem ou não afetar as suas chances de engravidar:

Anormalidades cromossômicas e doenças genéticas

Vamos começar com o que sabemos com certeza: muitas pessoas são incapazes de conceber ou levar uma gravidez a termo com sucesso devido a anormalidades genéticas e cromossômicas. O que isso significa é que alguns indivíduos herdaram uma condição que pode prejudicar o desenvolvimento das células espermáticas ou tornar quase impossível que um embrião se implante ou se desenvolva normalmente no útero.

Existem alterações cromossômicas, onde parte de um cromossomo está faltando, e mutações, que envolvem mudanças no DNA. Há também translocações, quando pedaços cromossômicos se ligam ao cromossomo errado. Pode haver inversões, onde o cromossomo está de cabeça para baixo, e, também algo chamado aneuploidia, caso em que há muitos ou poucos cromossomos. Problemas genéticos podem ser transmitidos pelos pais ou podem ocorrer no feto espontaneamente, sem qualquer razão.

“Se alguém é portador de um cromossomo irregular, o embrião pode receber informações genéticas ausentes ou extras, o que pode resultar em aborto espontâneo ou outro problema reprodutivo”, explica o especialista em Reprodução Assistida, Pedro Peregrino, diretor da Clínica Venvitre.

Vale a pena notar que essas anormalidades podem ocorrer aleatoriamente em um feto de pais cromossomicamente normais, mas várias também são transmitidas entre gerações. Por exemplo, se sua mãe tem um cromossomo X anormal, você tem 50% de chance de herdar esse cromossomo X irregular, aponta o Instituto Nacional de Saúde.

Existem também doenças raras e hereditárias de um único gene, como a síndrome do X frágil, a fibrose cística (FC) e a doença de Tay-Sachs, que podem levar a problemas genéticos e potencialmente causar problemas de fertilidade.

Endometriose e miomas têm múltiplas causas

Não há uma resposta definitiva sobre o quanto a endometriose é resultado da genética. Essa condição é considerada multifatorial, o que significa que há fatores ambientais, herdados e adquiridos em jogo.

Com a endometriose, a genética é incompletamente compreendida. Provavelmente há vários genes envolvidos, por isso é difícil identificar essa causa genética específica. “Em geral, há um risco aumentado se você tiver familiares de primeiro grau com endometriose. Se, por exemplo, sua mãe ou irmã tem endometriose, você tem aproximadamente cinco a sete vezes mais chances de ser diagnosticada com a doença do que uma mulher que não tem um parente próximo a ela com endometriose”, diz  Pedro Peregrino.

O mesmo vale para os miomas, que são tumores pequenos e benignos que crescem no interior da cavidade uterina e impedem a fixação do embrião. Se sua mãe ou irmã tem miomas, você tem um risco ligeiramente maior de tê-los também – mas, novamente, não é uma garantia. E certas populações, como a negra,  são cerca de três a quatro vezes mais propensas a desenvolver miomas uterinos.

A idade da menopausa tende a se repetir nas famílias

A idade e a velocidade com que os óvulos declinam provavelmente também têm um componente genético. Alguns especialistas acreditam que a idade em que sua mãe experimentou a menopausa é um dos melhores preditores de quando você passará pela menopausa.

“A idade da menopausa tende a se correlacionar muito bem entre os membros da família. Se você tem um membro da família que passou pela menopausa mais cedo, corre um risco maior de sofrer da mesma perda precoce do potencial reprodutivo”, alerta o diretor da Clínica Venvitre.

Algumas mulheres experimentam insuficiência ovariana primária, na qual a menopausa começa antes dos 40 anos. Pesquisas descobriram que em 10%  a 15% dos casos de menopausa precoce, havia um membro imediato da família com a doença.

Síndrome do ovário policístico geralmente é uma condição genética

síndrome do ovário policístico (SOP), um desequilíbrio hormonal que causa cistos e períodos irregulares, é uma das causas mais comuns de infertilidade. Estudos mostraram que a SOP é fortemente influenciada pela genética, embora também haja contribuições ambientais.

“Definitivamente há uma predisposição genética para SOP que é provavelmente maior do que a de endometriose e a de miomas. Alguns estudos mostraram que até 40% das irmãs podem ter alterações hormonais semelhantes ou problemas consistentes com a SOP”, diz o diretor da Venvitre.

Síndrome dos ovários policísticos e infertilidade

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma das principais causas de infertilidade femininas e acomete cerca de 13% das mulheres na idade reprodutiva. A causa exata da SOP ainda é desconhecida, mas acredita-se que há um desbalanço endócrino que causa excesso de hormônios masculinos (androgênios) na mulher. Para você entender melhor a relação da SOP com as chances de engravidar, continue a leitura!

Qual a relação da SOP com a infertilidade

A mulher com Síndrome dos Ovários Policísticos geralmente não ovula regularmente, ou seja, ela não irá engravidar se não fizer tratamento. Tanto para mulheres que querem como as que não querem engravidar, a mudança do estilo de vida e perda de peso são de extrema importância. Em alguns casos, apenas a perda de peso já leva à ovulação e a gravidez ocorre naturalmente. Porém, se a perda de peso não for suficiente, pode-se lançar mão de medicamentos para induzir a ovulação. Confira alguns deles:

  • Metformina – como explicado acima, pode diminuir a resistência à insulina e regular a ovulação. Pode ser usado como tratamento único ou em associação com o citrato de clomifeno ou Letrozol
  • Citrato de clomifeno – é o indutor da ovulação mais conhecido na SOP. Aumenta risco de ter gêmeos (5-7%).
  • Letrozol – esse medicamento diminui a produção de estrogênio e com isso o corpo produz mais FSH, que estimula os ovários a caminharem para a ovulação. Recentemente foi classificado pela Sociedade Europeia de Reprodução Humana como tratamento de escolha para as mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos por ser mais efetivo que o citrato de  clomifeno na indução da ovulação.
  • Gonadotrofinas – são medicamentos hormonais administrados em injeções subcutâneas. O custo do tratamento é mais alto do que os indutores via oral.

As mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos devem fazer uso das medicações indutoras de ovulação por alguns ciclos, geralmente iniciando pelas medicações via oral e seguindo para as gonadotrofinas caso a gestação não seja alcançada. No entanto, se os ciclos com indução de ovulação não estiverem levando à gestação, ou não se esteja conseguindo atingir ovulação adequada com esses medicamentos, ou mesmo se a paciente não quiser ou não puder esperar esses ciclos, a Fertilização in vitro passa a ser o tratamento a ser escolhido. Em casos de irregularidade menstrual ou qualquer outro sintoma de SOP, procure seu ginecologista ou um especialista em infertilidade de sua confiança.

Entenda quais os sintomas da SOP

Os principais sintomas são:

  • Irregularidade menstrual – em geral, a mulher fica mais de 60 dias sem menstruar, Por isso tem ciclos anovulatórios.
  • Excesso de pelos e acnes – o chamado hirsutismo.
  • Aumento laboratorial de androgênios – testosterona, androstenediona, 17-OH-alfa progesterona.
  • Ovários de padrão micropolicísticos no ultrassom pélvico transvaginal.

Saiba como é feito o diagnóstico

O Diagnóstico é realizado, pelos critérios de Rotterdam: 2 dos sinais / sintomas acima fecham o diagnóstico de SOP. Acredita -se que pelo excesso de androgênios, há vários folículos antrais e pré-antrais, que não se desenvolvem, não há dominância, e por isso não há ovulação. Daí vem a infertilidade. Todo esse desbalanço hormonal com excesso de androgênios, também pode causar uma resistência periférica insulínica e, do ponto de vista sistêmico, a SOP está associada ao aumento de risco de outras doenças como:

  • Obesidade
  • Hipertensão Arterial Sistêmica
  • Diabetes
  • Dislipidemia
  • Síndrome Metabólica
  • Câncer de Endométrio
  • Infertilidade

diagnóstico precoce é muito importante para um tratamento adequado, que é composto por uma série de medidas:

  1. Pílulas Anticoncepcionais – somente “regularizam” o ciclo e podem melhorar a pele (progestágenos anti-androgênicos), mas não fazem a mulher ter ciclos ovulatórios;
  2. Metformina – aumenta a sensibilidade a insulina e podem ajudar a retomar a ovuação;
  3. Atividade Física;
  4. Dieta balanceada, em geral pobre em carboidratos;
  5. Tratamentos dermatológicos para Hirsutismo.

Em mulheres que desejam engravidar, após investigação completa, podem ser indicados os seguintes tratamentos:

  • Indutores da Ovulação em tratamentos de baixa complexidade – Ex: Citrato de Clomifeno, Letrozol.
  • Fertilização in Vitro.

Você sabia que cerca de 10-15% dos casais tem dificuldades em engravidar? Se isso acontecer, procure um especialista de reprodução humana e infertilidade para realizar uma investigação completa e estudar a melhor estratégia para realizar o seu sonho de engravidar.

Vitaminas para engravidar: entenda a importância

Você sabia que as vitaminas para engravidar podem te ajudar a conseguir uma gestação mais rápido?

Já sabemos que uma boa alimentação e a ingestão de vitaminas é fundamental em qualquer fase da vida. Afinal, ser saudável é importante para LONGEVIDADE e não só para engravidar.

Portanto, as vitaminas são responsáveis por regular diversas funções do organismo, sendo substâncias extremamente importantes para a saúde. E apesar disso, o corpo humano só produz naturalmente a vitamina D, as outras devem ser ingeridas.

Confira a seguir qual a relação entre vitaminas e gestação e quais delas podem te ajudar a realizar seu sonho de engravidar mais rapidamente. Boa leitura!

Entenda a importância das vitaminas para a fertilidade

Uma das causas dos problemas de infertilidade é a baixa qualidade nutricional da alimentação. Por esse motivo, uma simples mudança nos hábitos alimentares pode ser o suficiente para realizar o sonho de ter um filho e uma gestação mais saudável.

As vitaminas para engravidar podem ser encontradas em suplementos e alimentos variados. No caso de suplementos, é importante buscar auxílio médico antes de começar a ingestão. Isso porque apenas um especialista pode indicar qual suplemento tomar, bem como a dosagem.

Entretanto, é bastante recomendado que as vitaminas para tomar antes de engravidar sejam incluídas na dieta para dar uma força para a fertilidade. A relação dos complexos vitamínicos com a fertilidade, é que, segundo alguns estudos, a ação antioxidante pode melhorar a qualidade dos gametas (óvulos e espermatozoides).

Afinal, apenas a mulher deve consumir vitaminas para engravidar?

O homem também pode e deve mudar a sua alimentação e procurar consumir vitaminas, facilitando o processo de concepção. Isso porque existem vitaminas para quem quer engravidar que ajudam a aumentar a quantidade e vitalidade dos espermatozoides. Ou seja, não é somente a mulher que deve fazê-lo.

Uma boa alimentação que contenha todos os nutrientes necessários influencia no funcionamento de todos os processos do organismo, inclusive a fertilidade:

Conheça as principais vitaminas que podem ajudar a aumentar as chances de engravidar

Conheça a seguir uma lista de vitaminas que têm importância na hora de aumentar as possibilidades para uma gestação natural e saudável.

1) Ácido fólico (VITAMINA B9)

Esta vitamina é muito popular tanto para as mulheres que já estão grávidas, quanto para as que estão tentando. Isso porque ajuda na formação do bebê, evitando malformações no sistema nervoso central, por exemplo.

Acredita-se que também exerça um efeito positivo sobre a qualidade dos óvulos. A vitamina B9 também já atua preparando o organismo para uma possível gestação.

Algumas fontes da vitamina B9 são grãos integrais e os vegetais, como espinafre, brócolis e acelga. É importante também tomar suplementos de ácido fólico, uma vez que é difícil obter a quantidade necessária da vitamina apenas com a dieta. Assim, é recomendado começar a ingerir o ácido fólico 3 meses antes de tentar engravidar, além de ingerir durante a gestação, principalmente no primeiro trimestre.

2) Complexo B

Para estimular a fertilidade e aumentar as chances de gravidez, existem diversos tipos de vitaminas pertencentes ao complexo B que são fundamentais. São elas:

Vitamina B6

Essa é uma vitamina hidrossolúvel, essencial para o funcionamento correto do organismo e para ajudar a fertilidade nas mulheres. Além disso, a vitamina B6 é um regulador hormonal que equilibra os níveis de progesterona. Dessa forma, também é fundamental para a gravidez, evitando abortos espontâneos e permitindo uma gestação mais tranquila. A vitamina B6 pode ser encontrada em carnes, laticínios e ovos.

Vitamina B12

A fertilidade feminina tem uma ligação direta com a saúde e o bem-estar do organismo. Por esse motivo, a vitamina B12 é essencial para combater a anemia e manter as células sanguíneas saudáveis. A B12 é considerada uma entre as vitaminas para engravidar porque é muito importante para as mulheres que não conseguem identificar o período fértil ou não ovulam regularmente. A vitamina B12 pode ser encontrada em mariscos, queijos, fígado, ovos, salmão e caranguejo.

3) Vitamina C

A vitamina C ajuda na manutenção de um sistema imunológico forte, com uma absorção maior do ferro no organismo. É um potente antioxidante, combatendo os radicais livres que podem levar a envelhecimento celular e danos ao DNA. A vitamina C estimula ainda produção de colágeno, sendo ótima para auxiliar na cicatrização. Além disso, participa da manutenção dos níveis de progesterona, fundamentais para uma gestação bem sucedida. Pimentão, couve, brócolis, frutas cítricas e outras, como acerola, caju e goiaba são algumas das fontes da vitamina C.

4) Zinco

O zinco auxilia o organismo feminino a fazer um uso mais eficiente do estrogênio, possibilitando o correto desenvolvimento do óvulo. A falta desse mineral no corpo das mulheres reduz a capacidade do óvulo fazer a divisão celular para ser fertilizado. O mineral pode ser encontrado nos frutos do mar, feijão, grão de bico, soja, carne vermelha e laticínios.

5) Ferro

Presente no espinafre e em carnes, o ferro ajuda na produção dos glóbulos vermelhos. Dessa forma, é importante para evitar a anemia e promover a adequada oxigenação dos órgãos, inclusive do aparelho reprodutor. Além disso, mulheres com anemia estão mais propensas a ter óvulos não saudáveis.

6) Selênio

O selênio contribui como um antioxidante, combatendo os radicais livres. Contudo, se combinado com a utilização de vitaminas, tem uma maior eficiência. Este é um mineral bastante encontrado na natureza. Ele é essencial, trazendo benefícios para o organismo de crianças e adolescentes. Em adultos, o selênio também é muito importante para a conservação de órgãos vitais, como o coração.

Este mineral pode ser encontrado em vários elementos, principalmente pães, frango, peixes, queijo, arroz e macarrão. Além, é claro, da castanha do Pará, que contém uma quantidade maior de selênio. Outras opções são amendoim, castanha de caju e nozes.

Quando se trata de fertilidade, o componente é bom tanto para mulheres quanto para homens. No organismo feminino, o selênio ajuda a combater os abortos recorrentes. Mulheres podem perder involuntariamente o bebê por conta de uma baixa significativa do mineral. Já para os homens, como o selênio contribui para melhorar a circulação, inclusive da bolsa escrotal. Isso faz com que os espermas ganhem força na hora da fecundação.

7) Vitamina A

Essa é uma vitamina importante para a produção dos hormônios masculinos, como a testosterona. Assim, a deficiência da vitamina A pode alterar a morfologia e quantidade de espermatozoides, influenciando negativamente na fertilidade e qualidade do sêmen. A vitamina A pode ser encontrada em frutas, laticínios, verduras verde-escura, peixe e ovos.

8) Vitamina E

A vitamina E é um composto lipossolúvel que fortalece a produção e melhora a qualidade dos espermatozoides. Apresenta um potente efeito antioxidante que combate os radicais livres e o consequente envelhecimento celular e danos ao DNA. Além disso, ela promove a produção de gametas masculinos. Para ingerir essa vitamina, pode-se inserir na dieta óleo de girassol, espinafre, nozes, amêndoas, avelãs, amendoim e cereais integrais.

9) ÔMEGA 3, 6 E 9

Sabe-se que o ômega 3 combate o estresse oxidativo e isso, a longo prazo, tem como resultado gametas com uma qualidade maior. Estas 3 substâncias melhoram a função do sistema imunológico e reduzem o envelhecimento celular, contribuindo, ainda, na melhora do perfil lipídico (níveis de colesterol e triglicerídeos). Peixes como salmão, atum e sardinha são ricas fontes de ômega 3. Ômega 6 e 9 podem ser encontrados em nozes, castanhas, azeite, óleo de milho e soja.

10) Potássio

Este é um sal mineral muito importante para o equilíbrio do pH, força muscular, atividade enzimática e o correto funcionamento do sistema cardiovascular e dos nervos. Ele ainda ajuda a manter os fluidos e eletrólitos no corpo equilibrados. Dessa forma, é um nutriente vital no sêmen. Algumas fontes de potássio são banana, abacate, beterraba, batata doce, molho de tomate, espinafre, aveia e outros.

11) Licopeno

O licopeno, que dá brilho e coloração vermelha para o tomate pode contribuir para a fertilidade masculina, aumentando a contagem de esperma em até 70%. Por ser antioxidante, este nutriente ainda diminui a produção de radicais livres. Ele também pode ser encontrado na melancia, goiaba vermelha e chá-verde.

Saiba se os suplementos vitaminícos podem ser um aliado para engravidar

Além da alimentação, casais que enfrentam dificuldades para engravidar devem buscar auxílio médico. O profissional especialista pode recomendar suplementos vitamínicos, a fim de suprir alguma deficiência de vitaminas pré existente. Esses suplementos não têm o objetivo de aumentar a fertilidade especificamente, mas sim corrigir tal deficiência e, possivelmente, melhorar o potencial reprodutivo do casal.

Mesmo com uma dieta alimentar saudável, 10-15% dos casais tem dificuldades em engravidar. Se isso acontecer, procure um especialista de reprodução humana e infertilidade para realizar uma investigação completa e estudar a melhor estratégia para realizar o seu sonho de engravidar.

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