Skip to main content
Infertilidade Conjugal

Sobre a Infertilidade

Vamos começar esclarecendo que a infertilidade é uma doença e como toda doença requer tratamento individualizado. Costumamos defini-la como a ausência de gravidez ou a impossibilidade de engravidar após um ano de tentativas sem sucesso.
Infertilidade Conjugal
Infertilidade Conjugal

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a infertilidade afeta entre 48 milhões de casais e 186 milhões de pessoas no mundo, o que representa 15% da população total do planeta.

Já a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), aponta que no Brasil, cerca de 8 milhões de indivíduos podem ser inférteis.

Diante de um quadro de infertilidade, o primeiro passo é fazer uma consulta com um especialista em Reprodução Assistida. E qual é o melhor momento para buscar este profissional?

Se você está num relacionamento heterossexual e não conseguiu engravidar, após um ano de tentativas, consulte um especialista em Reprodução Assistida logo.
ou
Se você está num relacionamento homoafetivo ou tem o desejo de fazer uma produção independente, procure o especialista em Reprodução Assistida assim que o desejo de formar uma família surgir.

Idade e Infertilidade

É importante destacar que se você é mulher e está num relacionamento heterossexual com relações sexuais regulares, tem ciclos menstruais regulares, você deve consultar um especialista em Reprodução Assistida, após 12 meses, tentando conceber sem usar nenhum controle de natalidade. Esse prazo diminui para seis meses de você tiver mais de 35 anos. Mas, se você já chegou aos 40 anos, a avaliação deve ser imediata.

Isso porque à medida em que a mulher envelhece, as chances de engravidar diminuem. A idade está se tornando o fator mais comum de infertilidade porque muitos casais estão esperando mais para ter filhos. Mulheres com mais de 35 anos têm um risco maior de infertilidade. As razões para isso são um menor número total de óvulos, mais óvulos com anormalidades cromossômicas e um risco maior de outras condições de saúde que podem dificultar a gestação.

Outras causas da Infertilidade

A avaliação conjunta do casal é essencial para determinar as causas da infertilidade, que pode se originar de fatores masculinos, fatores femininos, uma combinação de ambos e, às vezes, é possível não saber o motivo da infertilidade, o que chamamos de infertilidade sem causa aparente (ISCA).

Principais fatores femininos


  • Problemas com o útero;
  • Problemas com as trompas de Falópio;
  • Problemas com a ovulação;
  • Problemas com o número e a qualidade dos óvulos.

Principais fatores masculinos


  • Problemas com a produção do sêmen;
  • Problemas com a qualidade do sêmen;
  • Varicocele;
  • Trauma nos testículos.
Além dos fatores de infertilidade mencionados acima, tanto em mulheres quanto em homens, fatores ambientais e de estilo de vida (tabagismo, consumo excessivo de álcool, obesidade e exposição a poluentes ambientais) têm sido associados a menores taxas de fertilidade.

Diagnóstico

O diagnóstico da infertilidade engloba o histórico de saúde, o histórico sexual, exames no consultório e a realização de exames complementares, se necessário, que devem ser feitos pelo homem e pela mulher.

Exames femininos


  • Exame físico geral;
  • Exame pélvico;
  • Ultrassom pélvico;
  • Exames de sangue;
  • Histerossalpingografia;
  • Laparoscopia;
  • Ultrassonografia transvaginal;
  • Sonohisterografia;
  • Histeroscopia.

Exames masculinos


  • Volume de sêmen ejaculado; pH: uma medida de acidez ou basicidade;
  • Concentração de espermatozoides;
  • Contagem total de espermatozoides;
  • Viabilidade ou capacidade de sobreviver;
  • Morfologia, qualidade e forma dos espermatozoides;
  • Motilidade, a capacidade dos espermatozoides de se moverem até o óvulo e fertilizá-lo.
Infertilidade

“Casais com problemas de infertilidade encontram muitos obstáculos ao buscar tratamento médico. Nem sempre as coisas são tão simples quanto deveriam ser. A comunicação aberta e honesta com o médico é fundamental para ajudar a superar esses desafios e encontrar opções de tratamento adequadas.”

Dr. Pedro Peregrino

Tratamento

É a causa da infertilidade que orienta o tipo de tratamento que será proposto para você.

Há casos que se resolvem com uma cirurgia, como a retirada de um mioma uterino e a correção cirúrgica da varicocele.

Há casos que se resolvem com medicamentos, como os que envolvem o controle de hormônios.

E há casos em que é preciso empregar as Tecnologias de Reprodução Assistida (TRA), como o coito programado, a inseminação intrauterina (IIU) – técnicas de baixa complexidade – e a fertilização in vitro (FIV) – técnica de alta complexidade.

COITO PROGRAMADO | Resulta em chances de gravidez de 15-20%
Consiste no acompanhamento do período ovulatório através de ultrassonografias transvaginais seriadas. O médico indica o período de maior probabilidade de gravidez (período fértil). Pode ser feito com o uso de indutores da ovulação ou até mesmo com ciclos naturais. É indicado para casais jovens em que o fator ovulatório é a causa de infertilidade preponderante ou para casais que têm dificuldades em identificar o período fértil.
INSEMINAÇÃO INTRAUTERINA | Resulta em chances de gravidez de 20-25%
Técnica parecida com o coito programado, onde o período ovulatório é acompanhado através de ultrassonografias transvaginais seriadas, porém, no dia da ovulação é feito um preparo do sêmen em laboratório (concentração da quantidade de espermatozoides), que depois é injetado diretamente dentro da cavidade uterina por via transvaginal. É indicado, geralmente, quando o homem tem concentrações de espermatozoides limítrofes e a esposa tem menos de 35-37 anos.
FERTILIZAÇÃO IN VITRO - FIV | Resulta em chances de gravidez de 40-50%
É a técnica mais empregada dentre as Tecnologias de Reprodução Assistida (TRA) no mundo todo. É o encontro do óvulo com o espermatozoide dentro do laboratório. O processo implica na estimulação da quantidade total de óvulos que a paciente apresenta, num determinado ciclo menstrual, com injeções hormonais, que são aplicadas diariamente via subcutânea. É feito um controle do crescimento dos folículos antrais, através de ultrassonografias seriadas, por um período de cerca de 10 dias. Depois disso, os óvulos são coletados, através de punção transvaginal, com a paciente sob sedação anestésica, e são avaliados quanto ao grau de maturidade. No mesmo dia é coletado o sêmen do parceiro na clínica e é feita a fertilização in vitro propriamente dita. Os embriões gerados nesse processo podem ser colocados diretamente no útero, após 5 dias da coleta dos óvulos ou podem ser congelados para posterior utilização.

Principais indicações da FIV

Será que você deve fazer a fertilização in vitro (FIV)? Será que a FIV vai resolver o seu problema de infertilidade? A FIV é o tratamento de maior taxa de sucesso no Reprodução Assistida. Mas, nem todos os casos de infertilidade precisam de uma FIV para engravidar.

A FIV, para trazer bons resultados, tem que ser bem indicada e bem conduzida. E quem deve fazer a FIV então?

Vamos às principais indicações:

  • Fatores tubários;
  • Fator masculino grave;
  • Infertilidade sem causa aparente;
  • Idade da mulher maior que 37 anos;
  • Tempo de infertilidade maior que 3 anos.
Listo, a seguir, as condições que podem se beneficiar da FIV:
  • Endometriose profunda: a endometriose pode comprometer a fertilidade por diversas razões (prejuízo à qualidade do óvulo ou à função das tubas, pelve inflamatória, receptividade endometrial comprometida). A FIV é o tratamento de escolha nos casos de endometriose profunda;
  • Idade materna avançada: com o avançar da idade, a fertilidade fica cada vez mais comprometida. A qualidade dos óvulos é prejudicada e a chance de engravidar é cada vez menor. A taxa de fertilidade mensal de uma mulher de 40 anos é em torno de 5%;
  • Falha das técnicas de baixa complexidade: quando o coito programado e a inseminação intrauterina não se mostraram bem-sucedidos.

Passo a passo da FIV

Compreender o passo a passo da fertilização in vitro é muito importante e vai te deixar muito mais segura. Vamos lá?
1.

Estimulação Ovariana

O estímulo ovariano dura cerca de 10-13 dias e baseia-se na aplicação de hormônios (FSH – hormônio folículo estimulante/ou LH – hormônio luteinizante) com o objetivo de crescimento folicular e desenvolvimento de número máximo de óvulos (e não somente um como no ciclo menstrual natural).
2.

Estimulação Ovariana

É realizada após 34-36 horas do “trigger” (injeção de hCG ou agonista de GnRH). A aspiração é realizada sob sedação e em jejum de 8 horas. No dia da aspiração, a paciente é aconselhada a permanecer em repouso, pois pode apresentar graus variáveis de desconforto abdominal. Após a aspiração, algumas medicações serão iniciadas, incluindo analgésicos e hormônios.
3.

Coleta de espermatozoides

Na maioria das vezes, o sêmen é coletado como o espermograma, pela masturbação. É realizada no mesmo dia da aspiração de óvulos.
4.

Fertilização in vitro – FIV

No laboratório especializado, os óvulos são fertilizados pelos espermatozoides. Existem duas técnicas de fertilização: a clássica e a Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI). Ambas têm indicações precisas e apresentam boas taxas de fertilização.
5.

Cultivo embrionário

Após a fertilização, a evolução e o desenvolvimento dos embriões são acompanhados pelo embriologista. É normal, na espécie humana, que nem todos os embriões evoluam de forma satisfatória e não alcancem o estágio de blastocisto. Por isso, a estratégia de transferência tem que ser individualizada caso a caso.
6.

Transferência embrionária

É um procedimento semelhante a um exame ginecológico, sem necessidade de anestesia. Podemos realizar 5 após a aspiração (embrião no 5º dia de cultivo, em estágio de blastocisto) ou há a possibilidade de congelar os embriões e transferir em ciclo posterior em transferência de embrião descongelado. Com a paciente em posição ginecológica, passamos um fino cateter pelo colo do útero, pelo qual o embrião é transferido para o interior da cavidade uterina. Importante saber que o teste de gravidez (beta-HCG quantitativo) é feito entre 9-12 dias após a transferência. A positividade do exame indica que houve nidação, ou seja, o embrião está implantado e a mulher está grávida.

Outras técnicas de Reprodução Assistida

A Reprodução Assistida conta ainda com técnicas complementares aos três tratamentos já mencionados. Essas técnicas constituem-se em opções terapêuticas que podem também ser empregadas para tratar a infertilidade a depender de cada caso.

Conheça-as:

INJEÇÃO INTRACITOPLASMÁTICA DE ESPERMATOZOIDES (ICSI)

Técnica onde um único espermatozoide é injetado dentro de um óvulo maduro. A ICSI é indicada quando há uma quantidade muito pequena de espermatozoides no ejaculado ou quando é necessário fazer um procedimento cirúrgico para a obtenção de espermatozoides, em que a quantidade obtida será muito pequena.

OVODOAÇÃO
Técnica indicada em casos em que a quantidade ou a qualidade dos óvulos é insuficiente. Pode-se fazer a fertilização in vitro utilizando-se de óvulos de uma doadora anônima. Todas as doadoras devem ter necessariamente menos de 35 anos e são submetidas a diversos exames que atestam sua saúde geral e reprodutiva. Um lote de óvulos é destinado ao casal receptor e esses óvulos serão fertilizados com os espermatozoides do parceiro. Os embriões gerados serão transferidos para o útero posteriormente.
EMBRIODOAÇÃO
Embriões congelados não utilizados no tratamento de um casal podem ser doados a outros casais. A doação é possível após três anos de congelamento, sem uso, e se o embrião é fruto de casais onde o homem tem menos de 50 anos e a mulher menos de 35 anos. A doação é anônima e não pode ser remunerada.
BANCO DE SÊMEN
Indicado para casos em que a qualidade dos espermatozoides é muito aquém do esperado, ou em casos de produção independente e de casais homoafetivos femininos, quando se recorre à doação anônima de espermatozoides por meio dos bancos de sêmen.
ÚTERO DE SUBSTITUIÇÃO

Mulheres que não têm um útero funcional ou para quem a gravidez representa um sério risco à saúde podem recorrer à fertilização in vitro usando um útero de substituição. A técnica também pode ser empregada em casos de tratamentos de casais homoafetivos. Neste caso, os embriões são gerados com material genético proveniente dos pais biológicos e são inseridos dentro do útero de uma outra mulher (seguindo as normas da Resolução CFM N°2.320/2022).

Pensando em fazer
tratamento de
Reprodução Assistida?