Infertilidade secundária: quando o segundo bebê não vem
Infertilidade secundária é um tema emergente que precisamos discutir. Ter engravidado naturalmente uma vez, com facilidade, não é garantia de que o mesmo acontecerá uma segunda vez. Ser incapaz de ter um segundo filho pode gerar um estresse enorme para o casal.
Muitas pessoas nunca ouviram o termo “infertilidade secundária”. Mas, segundo estimativas de um estudo canadense, cerca de um em cada seis casais que já têm um filho não engravidam depois de um ano de relações sexuais desprotegidas.
Muitos acreditam que por terem tido uma primeira gravidez bem-sucedida poderão ter outras iguais. Mas isto nem sempre é verdade. O importante neste processo é saber o momento adequado de buscar auxílio do especialista em reprodução assistida.
“A maioria dos casais não espera ter problemas para dar continuidade à família. Este tipo de situação é menos compreendida pelos mais próximos do que os casos de infertilidade primária. É como se o casal não tivesse o direito de ficar triste por não conseguir a segunda gravidez, uma vez que já tem um filho”, explica o especialista em Reprodução Humana, Pedro Peregrino, diretor da Clínica Venvitre.
Causas da infertilidade secundária
As causas da infertilidade secundária são, muitas vezes, as mesmas da infertilidade primária:
- Problemas de ovulação, incluindo Síndrome do Ovário Policístico (SOP);
- Endometriose;
- Aderências pélvicas;
- Miomas uterinos ou pólipos;
- Baixa reserva ovariana;
- Baixa contagem de espermatozoides;
- Problemas ejaculatórios.
Essas condições podem se desenvolver por várias razões. Uma cesariana anterior, infecções, ganho de peso e até mesmo a idade podem afetar adversamente a saúde reprodutiva de uma mulher. Os homens também podem apresentar dificuldades como resultado de estresse, idade ou outros problemas semelhantes.
Tratamento
“Mulheres com mais de 35 anos que tentam ter um segundo (ou terceiro ou quarto) filho devem considerar consultar um especialista em infertilidade após seis meses de tentativas, em vez do recomendado de um ano para as mulheres mais jovens”, orienta Pedro Peregrino.
O estresse da infertilidade secundária na vida e nos relacionamentos de um indivíduo pode ser significativo. Pode ser difícil encontrar apoio da família e dos amigos, especialmente quando uma mulher ou casal já tem filhos. Sentimentos como “você deve ser grato pelo que você tem”, ou “apenas continue tentando”, quase nunca servem como conselhos ou apoio úteis.
“É muito importante que os pacientes com infertilidade secundária saibam que eles não estão passando por esse momento difícil sozinhos e que o especialista em infertilidade pode ajudá-los a enfrentar esse problema”, destaca o diretor da Vivente.