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Baixa da reserva ovariana: entenda o problema

Saber se você está com uma baixa na reserva ovariana pode ser essencial para definir o melhor tratamento para engravidar.

Isso porque a mulher nasce com um número pré-determinado de óvulos, ou seja, com todos os folículos em estágios variáveis e todos os óvulos que usarão durante a vida reprodutiva.  Esse número se aproxima de 1 a 2 milhões e na puberdade chega a 400 mil. Após o início da menstruação, todos os meses há perdas de folículos e óvulos. E é assim até a mulher entrar menopausa. 

Portanto, é normal e fisiológico, que a reserva ovariana diminua ao longo do tempo. Essa queda é mais significativa após os 35 anos. Além disso, os óvulos que ficam envelhecem com a mulher. Por isso, também perdem qualidade com o passar dos anos.

Em alguns casos, as mulheres tem uma baixa significativa da reserva ovariana mais precoce. Essa condição pode afetar suas chances de gestação, a depender da sua programação reprodutiva.

Conheça as causas da baixa da reserva ovariana

São causas de diminuição da reserva ovarina precoce:

  • Cirurgias ovarianas ou tubárias;
  • Endometriose;
  • Menopausa Precoce;
  • Causas Genéticas (Ex: Síndrome do X frágil);
  • Maus hábitos alimentares;
  • Tabagismo;
  • Tratamentos Oncológicos.

Em geral, orientamos as mulheres a investigarem a possível baixa da reserva ovariana a partir dos 30 anos. Essa avaliação pode ser feita pelo próprio ginecologista e consiste numa medida indireta do “estoque” dos folículos e óvulos.

Entenda as medidas a serem analisadas

Medidas de Reserva Ovariana:

  1. Hormônios FSH e Estradiol entre o 2º e 5º dia do ciclo menstrual:  avalia o bom funcionamento do eixo hipófise – ovário. Nessa fase do ciclo o FSH < 10 UI/L e estradiol, que deve estar <60 pg/mL).
  2. Hormônio Antimulleriano (AMH) – produzido pelos folícuos antrais iniciais. Pode ser colhido em qualquer fase do ciclo menstrual. Idealmente sem uso de anticontraceptivos hormonais por 3 meses. Se o AMH for maior do que 1,2ng/dL significa, indiretamente, que a reserva de ovariana está normal. 
  3. Contagem de Folículos Antrais (CFA)– realizado entre o 2º e 3º dia do ciclo menstrual, por ultrassom pélvico transvaginal, em que contamos os folículos recrutados para aquele ciclo. A CFA normal é em torno de 8 folículos, contado os dois ovários.

Saiba alguns tratamentos de reprodução assistida para essa situação

Em casos de baixa da reserva ovariana precocemente é possível orientar essas pacientes em relação ao futuro reprodutivo. Além disso, a avaliação da reserva ovariana é fundamental para um bom PLANEJAMENTO REPRODUTIVO. Para isso, podemos indicar ações como:

  • Congelamento de óvulos para preservação da fertilidade social ou oncológica;
  • Orientar e fazer um planejamento reprodutivo adequado;
  • Antecipar programação de gestação do casal;
  • Estabelecer melhor estratégia de estímulo ovariano em tratamentos de FIV.

Congelamento de espermatozoides: saiba mais

Estamos atualmente debruçados sobre os benefícios do congelamento social de óvulos  e diversos estudos estão sendo feitos sobre a técnica para assegurar a segurança do procedimento. Mas e o tempo de congelamento de espermatozoides conta para o sucesso da FIV? Vamos descobrir!

Apesar do limite de tempo imposto em muitos países para o armazenamento de amostras de sêmen congelado, um novo estudo chinês descobriu que o congelamento de espermatozoides de longo prazo em banco de esperma não afeta os resultados clínicos futuros.

Os resultados são baseados em uma análise retrospectiva de 119.558 amostras de sêmen de doadores de esperma no Human Sperm Bank. Para fins de análise, as amostras foram organizadas em três grupos: aquelas mantidas em criopreservação pelo período entre 6 meses e 5 anos; aquelas armazenadas entre 6 e 10 anos; e aquelas armazenados entre 11 e 15 anos.

O estudo descobriu que a taxa de sobrevivência do esperma após o descongelamento diminuiu de 85% para 73% após 15 anos de congelamento. No entanto, este declínio fez pouca diferença para a taxa de gravidez usando essas amostras para inseminação intrauterina, com taxas de gravidez de 23%, 22,3% e 22,3%, nos três grupos de armazenamento, respectivamente. 

As taxas de sucesso foram similarmente comparáveis ​​quando as amostras de esperma congeladas foram usadas na fertilização in vitro, com taxas de gravidez de 64,2%, 64,9% e 53,4% nos três grupos. Considerando a taxa de nascidos vivos e de abortamento, também não houve diferença significativamente estatística entre os grupos.

Os autores ressaltam que essas altas taxas de sucesso foram alcançadas com esperma de doadores rastreados, o que não é necessariamente representativo na qualidade dos espermatozoides da população em geral.  

Segundo os autores do estudo, os doadores deste banco de esperma estavam em boa saúde, de acordo com  exame físico e avaliação psicológica e não tinham história familiar de doença genética. Em função dessas precauções, as  taxas de nascidos vivos são apropriadas.

“Por isso, as implicações do estudo são muito relevantes:  o armazenamento, a longo prazo, de espermatozoides não parece afetar as taxas de natalidade”, afirma o especialista em Reprodução Humana Pedro Peregrino, diretor da Clínica Venvitre.

Há pelo menos dois relatos na literatura sobre gravidezes bem-sucedidas usando sêmen humano armazenado por mais de 20 anos, o primeiro no Reino Unido, após 21 anos de armazenamento, e o segundo nos EUA, após 40 anos de armazenamento

O estudo chinês encontrou um pequeno declínio, mas estatisticamente significativo, na taxa de sobrevivência espermática durante o período de 15 anos.

Por isso, os pesquisadores recomendam que os bancos de sêmen forneçam espermatozoides de acordo com a sua ordem de criopreservação, pois  muitos estudos mostram que alguns espermatozoides não sobrevivem ao processo de descongelamento.

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