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Congelamento de óvulos é opção para adiar a maternidade

O maior  estudo americano  sobre congelamento de óvulos feito até hoje descobriu que 70% das mulheres que congelaram óvulos quando tinham menos de 38 anos – e descongelaram pelo menos 20 óvulos posteriormente – tiveram um bebê.

A nova descoberta foi baseada em 15 anos de resultados de degelo de óvulos congelados na “vida real”, casos de mulheres que adiaram a gravidez e enfrentaram um declínio natural da fertilidade relacionado à idade.

Publicado em maio deste ano, na Fertility and Sterility, o estudo também descobriu que um número considerável de mulheres estudadas teve mais de um filho por meio da preservação de óvulos. No total, o estudo relata 211 bebês frutos do congelamento de óvulos.

Em comparação, e usando óvulos frescos ou embriões de mulheres tentando conceber, aos 40 anos, menos de 30%  que fizeram uma fertilização in vitro (FIV) engravidaram e, como resultado, menos de 20% deram à luz a bebês vivos, de acordo com estatísticas coletadas nas quase 500 clínicas de fertilidade americanas.

O congelamento e o descongelamento de óvulos, em uma data posterior, resultam em uma taxa de sucesso de gravidez maior do que o uso de embriões frescos durante a tecnologia de reprodução assistida, defendem os autores do estudo.

Congelamento de óvulos

As descobertas lançam luz sobre os fatores que acompanham os nascimentos bem-sucedidos oriundos de congelamento de óvulos, que incluem a triagem cuidadosa de embriões a serem descongelados e implantados.

Uma melhor compreensão da taxa de nascidos vivos oriundos do congelamento de óvulos é necessária para embasar a tomada de decisão da paciente na hora do congelamento. É importante destacar que o estudo é baseado na experiência clínica real, não em modelagem matemática com dados limitados, que constitui a maior parte do que já foi publicado sobre a chance de nascimentos por congelamento de óvulos até agora.

Segundo os autores, o número de mulheres americanas que têm filhos em idades mais avançadas vem aumentando há três décadas, com evidências de que a tendência continuará. As taxas de natalidade caíram para as mulheres na faixa dos 20 anos e aumentaram para as mulheres no final dos 30 e início dos 40 anos. A idade média do primeiro parto aumentou de 19 anos em 1984 para 30 anos em 2021 e é maior em muitas áreas metropolitanas dos EUA.

Detalhes do estudo

Dentro do estudo, 543 pacientes participaram com uma idade média de 38 anos no momento do primeiro congelamento de óvulos, que é maior do que a idade ideal para congelar óvulos (35 anos ou menos). Essas pacientes foram submetidas a 800 ciclos de congelamento de óvulos, 605 descongelamentos de óvulos e 436 transferências de embriões entre 2005-2020.

A pesquisa apontou que, no geral, 39% das mulheres, entre 27 e 44 anos,  a maioria entre 35 e 40 anos, no momento de congelamento de óvulos, tiveram pelo menos um filho de seus óvulos congelados, o que é comparável aos resultados de fertilização in vitro correspondentes à idade. Em todas as idades, as mulheres que descongelaram mais de 20 óvulos maduros tiveram uma taxa de nascidos vivos de 58%, o que foi profundo e inesperado, pois esse grupo incluiu pacientes após o auge reprodutivo. De fato, 14 pacientes que congelaram óvulos na idade de 41 a 43 anos tiveram filhos com sucesso de seus óvulos congelados. Como observado, as mulheres com menos de 38 anos que tiveram 20 ou mais óvulos maduros descongelados atingiram uma taxa de 70% de nascidos vivos por paciente. A duração do armazenamento dos óvulos congelados não alterou a taxa de sucesso.

Os resultados também mostraram que a triagem genética pré-implantacional de embriões de óvulos congelados e eventualmente descongelados resultou em menores taxas de aborto espontâneo e maiores taxas de nascidos vivos por transferência. Essa triagem também permite transferências de embriões únicos, gerando gestações únicas, que são mais seguras tanto para a mãe quanto para o filho, dizem os autores.

“Os resultados do estudo fornecem expectativas realistas para aquelas pacientes que consideram o congelamento de óvulos e demonstram que a tecnologia de congelamento de óvulos capacita as mulheres a terem maior autonomia reprodutiva”, afirma Pedro Peregrino, especialista em Reprodução Humana Assistida.

Congelamento de óvulos e seus desafios

O procedimento de congelamento de óvulos é uma opção cada vez mais popular entre as mulheres que desejam adiar a maternidade. Mas uma nova pesquisa documenta algumas ressalvas sobre o procedimento: quantos anos uma mulher tem quando ela congela seus óvulos e quantos óvulos ela congela fazem uma diferença significativa se ela terá um bebê.

A maioria das mulheres que tentou engravidar, segundo o estudo, não obteve sucesso, muitas vezes porque esperaram até ficarem velhas demais para congelar seus óvulos e não os congelaram em número suficiente. Os dados são de um artigo científico  publicado na revista Fertility and Sterility.

Os dados da pesquisa são preocupantes e devem fazer as mulheres pensarem, pois muitas são excessivamente otimistas sobre suas chances de ter um bebê quando congelam seus óvulos. O procedimento não é, como muitos supõem, uma apólice de seguro.

“Quando aconselhamos as pacientes sobre a preservação da fertilidade e o congelamento de óvulos, buscamos esclarecer que a taxa de gravidez não é tão boa quanto muitas mulheres pensam que ela é. Não há um bebê no freezer. Há uma chance de engravidar”, afirma o especialista em Reprodução Assistida, Pedro Peregrino, diretor da Clínica Venvitre.

O peso da idade

O estudo relata que a idade média em que as mulheres congelaram seus óvulos era de 38,3 anos. Em média, elas esperaram quatro anos para descongelar e fertilizar seus óvulos.

A chance geral de um nascimento vivo dos óvulos congelados é de 39%. Mas entre as mulheres com menos de 38 anos,  a taxa de nascidos vivos, com óvulos congelados, foi de  51%. Subiu para 70%, quando as mulheres, com menos de 38 anos, descongelaram 20 ou mais óvulos.

A idade da mulher, quando ela usa os óvulos para tentar ter um bebê não faz diferença. O que importa é a idade da mulher quando ela congelou seus óvulos e quantos óvulos ela congelou. A realidade apontada no estudo é que a maioria dos óvulos não produz bons embriões. Assim, quanto mais óvulos a mulher tiver, melhores as  chances de gravidez no futuro.

O que é importante aqui? Antes de optar por congelar seus óvulos, as mulheres também devem estar preparadas para todas as etapas do tratamento. O número de óvulos coletados varia de mulher para mulher e, para muitas, a única maneira de obter um número suficiente para ter sucesso é fazer mais de um ciclo.

Outra consideração importante é que a maioria das mulheres acaba nunca usando seus óvulos congelados depois de passar pela captação e armazenamento dos óvulos, geralmente porque engravidaram sozinhas.

Óvulos Congelados: Conheça as taxas de nascimento

Mais de 40% das mulheres que optaram por congelar seus óvulos aos 30 anos conseguiram ter filhos mais tarde quando retornaram à clínica de fertilidade. É o que aponta uma pesquisa apresentada na 39ª reunião anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE).

No entanto, muitas das mulheres que participaram do estudo que congelaram seus óvulos (congelamento eletivo de óvulos) não retornaram à clínica de fertilidade e muitas mulheres que retornaram escolheram tratamentos de fertilidade que não envolviam seus óvulos congelados.

A pesquisa foi apresentada por Ezgi Darici, da Bélgica. Segundo a pesquisadora, o estudo incluiu 843 mulheres que fizeram o congelamento eletivo de óvulos num centro de medicina reprodutiva belga entre 2009 e 2019. A idade média das mulheres na época do congelamento era de 36 anos e a maioria não tinha parceiros. Em maio de 2022, 231 (27%) das mulheres haviam retornado ao centro para tratamento. A idade média quando retornaram era de 40 anos e a maioria tinha parceiros.

Um total de 110 das 231 mulheres que retornaram (48%) usaram seus óvulos congelados como parte de seu tratamento de fertilidade. Cinquenta (22%) fizeram inseminação intrauterina  e 71 (31%) fizeram tratamentos de fertilidade, como a fertilização in vitro, mas usando óvulos frescos. A idade média das mulheres que usaram óvulos congelados foi de 42 anos, enquanto a idade média das mulheres que usaram óvulos frescos foi de 39.

A proporção geral de mulheres que deram à luz a um bebê vivo de todas as 231 mulheres foi de 46% (106 de 231 mulheres). A taxa de aborto espontâneo foi de 31%.

Entre as mulheres que fizeram um tratamento envolvendo  óvulos congelados, 41% tiveram filhos. Entre aquelas que fizeram um tratamento com óvulos frescos, 48% tiveram filhos. As taxas de aborto foram de 25% naquelas que usaram óvulos congelados e 29% naqueles que usaram óvulos frescos.

Os pesquisadores observaram  que muitas mulheres que optaram por congelar óvulos na faixa dos 30 anos ainda não haviam retornado para o tratamento de fertilidade. Entre aquelas que retornaram para tratamento, cerca de metade usou seus óvulos congelados. Estas eram mulheres mais velhas, em média.

A escolha de usar óvulos frescos ou congelados é feita com base no melhor tratamento para cada mulher e fatores como a idade da mulher são importantes. Não podemos realmente comparar os dois grupos, pois haverá muitas diferenças que podem estar subjacentes a qualquer disparidade nas taxas de gravidez e natalidade”, explica o especialista em Reprodução Assistida, Pedro Peregrino, diretor da clínica Venvitre.

No entanto, é importante dizer que as mulheres que congelaram seus óvulos tinham mais  opções de tratamento e foram encontradas  taxas positivas de gravidez e nascimento, independentemente de as mulheres terem feito tratamento de fertilidade com óvulos frescos ou congelados.

Óvulos congelados: entenda quando se deve recorrer a esse tratamento

Se você é mulher, já está na casa dos 30 anos e ainda não foi mãe, mas gostaria de ser, então é bom procurar saber mais sobre a técnica de óvulos congelados.

Mesmo sabendo que a fertilidade é a capacidade natural que homens e mulheres possuem de produzir, respectivamente, espermatozoides e óvulos para que da relação sexual resulte uma gestação, vários fatores influenciam essa aptidão e podem dificultar a gravidez.

Por essa razão, muitas mulheres e homens que desejam ter filhos no futuro ou estão prestes a iniciar um tratamento oncológico, acabam buscando alternativas que possibilitem a preservação da fertilidade

Confira a seguir como congelar óvulos para garantir que o seu sonho de ser mãe ou pai no futuro seja realizado . Boa leitura!

Quais as principais indicações de preservação da fertilidade

Conheça abaixo algumas indicações para casais que querem garantir uma futura gestação com mais tranquilidade a partir de tratamentos da perservação da fertilidade.

  • mulheres que desejam adiar a gravidez;
  • mulheres com histórico familiar de menopausa precoce;
  • mulheres que serão submetidas a tratamentos oncológicos;
  • casais que coletaram óvulos em excesso durante a FIV;
  • mulheres jovens com diagnóstico de baixa reserva ovariana;
  • mulheres com endometriose ovariana.

Entenda a importância de ter os óvulos congelados

Para que um casal consiga gerar filhos naturalmente, é necessário que tanto o homem quanto a mulher tenham um bom funcionamento do sistema reprodutor. Isso quer dizer que a mulher deve ter trompas, útero e ovários funcionais, ciclos menstruais normais e níveis hormonais equilibrados.

Já no homem, a capacidade reprodutiva está relacionada à produção de espermatozoides em forma, qualidade e quantidade adequadas, e a ausência de problemas de ejaculação. Em ambos os casos, fatores internos e externos podem prejudicar a fertilidade.

 A baixa da reserva ovariana

 Ao contrário dos homens e dos espermatozoides, as mulheres já nascem com a quantidade exata de óvulos que serão liberados durante sua vida até a menopausa. A grande questão é que essa quantidade não se renova quando a gravidez não acontece.

Sendo assim, nos casos de mulheres que desejam ter filhos mais tarde, a reserva ovariana é um fator fundamental para que uma gravidez com óvulos próprios seja possível.

 Os tratamentos oncológicos

Além da diminuição da reserva ovariana e da qualidade dos óvulos ao longo do tempo (devido a idade da mulher), os tratamentos oncológicos podem prejudicar tanto a fertilidade feminina quanto a fertilidade masculina. Afinal, quimioterapia e radioterapia, por exemplo, destroem as células doentes, mas também as saudáveis.


Outros tipos de tratamentos médicos, como a remoção da próstata e de órgãos reprodutores, como útero, trompas e ovários, também podem acabar com a capacidade reprodutiva de homens e mulheres que desejam ter filhos futuramente. 

Óvulos congelados e preservação da fertilidade: entenda a relação

 A preservação da fertilidade consiste em manter congelados os óvulos e/ou espermatozoides para que sejam utilizados futuramente na produção do embrião e, posteriormente, na transferência para o útero com o objetivo de originar uma gravidez.

Neste sentido, é possível dizer que existem dois tipos de preservação da fertilidade: a preservação da fertilidade oncológica e a preservação da fertilidade social. A seguir, vamos esclarecer melhor as diferenças entre eles.

Preservação da fertilidade oncológica

Os tratamentos oncológicos agem nas células cancerosas, mas também afetam os ovários e os testículos, diminuindo a qualidade dos gametas. A preservação da fertilidade oncológica é indicada para pacientes em idade fértil que desejam ter filhos após o tratamento.

Preservação da fertilidade social

Nos últimos anos, cada vez mais as mulheres têm postergado a maternidade e o sonho de ter filhos, sendo a técnica de óvulos congelados uma alternativa para a gravidez tardia. Seja pela falta de um parceiro, ou então, motivadas por razões profissionais e pessoais.

No entanto, com o passar do tempo a reserva ovariana, ou seja, a quantidade de folículos armazenados nos ovários, vai diminuindo. Além disso, a qualidade dos óvulos diminui com a idade, o que afeta também as chances de gestação.

Em ambos os casos, a preservação dos gametas femininos e/ou masculinos é realizada através da coleta dos óvulos e/ou espermatozoides e congelamento do material. No caso dos óvulos, é necessário realizar uma estimulação ovariana para obtermos o maior número de óvulos possível e assim aumentar a chance de sucesso. 

 Quanto mais jovem for a mulher, maior a taxa de gravidez. A partir dos 35 anos existe uma queda maior da quantidade e qualidade de óvulos, por isso essa é uma idade de atenção.

O congelamento de óvulos é uma técnica de reprodução assistida indicada com o objetivo de preservar a fertilidade. Há duas grandes indicações para o procedimento. 

Para preservar a fertilidade feminina, o congelamento de óvulos é uma técnica que tem ganhado espaço nas clínicas de reprodução. 

Como funciona o congelamento de óvulos?

O congelamento de óvulos, ou criopreservação, é uma forma de preservar a fertilidade das pacientes que, por motivos pessoais, médicos ou profissionais, decidem ter filhos mais tarde e preocupam-se com a diminuição da reserva ovariana e com a qualidade dos óvulos.

Basicamente, a técnica consiste em realizar a aspiração e o congelamento dos óvulos em nitrogênio líquido, por meio de vitrificação (congelamento rápido), que posteriormente serão utilizados para fertilização in vitro (FIV) se necessário. Dividida em etapas, dura, em média, 15 dias. 

Estimulação ovariana ou indução da ovulação

Durante a estimulação ovariana ou indução da ovulação, o objetivo é fazer com que os folículos cresçam para serem aspirados e captarmos os óvulos maduros no final. A indução da ovulação, em geral, se inicia no segundo ou terceiro dia da menstruação

Para que isso seja possível, são realizadas aplicações de hormônios na região da barriga por, aproximadamente, 10 dias, para promover esse crescimento folicular e amadurecimento dos óvulos antes da captação. 

Coleta dos óvulos

A coleta dos óvulos acontece por volta do 12º e 13º dia, dois dias após o último dia do estímulo ovariano: a paciente, em jejum, é sedada no centro cirúrgico e o procedimento é realizado por meio de aspiração a vácuo guiada por ultrassom. 

Uma agulha acoplada a um aparelho de ultrassom transvaginal é introduzida até os ovários.  Em geral, aspiramos todos os folículos em busca do maior número de óvulos possíveis. A duração do procedimento é de 15 a 30 minutos. Após algumas horas do procedimento, os óvulos maduros são criopreservados. 

método mais utilizado é o congelamento rápido (vitrificação) dos óvulos maduros e com boa qualidade morfológica.

Durante a vitrificação, ou seja, na etapa do congelamento dos óvulos, os gametas são tratados em laboratório com substâncias que evitam a formação de cristais e, em seguida, são imersos em nitrogênio líquido a -196°C e congelados em paletas identificadas. 

Não existe idade limite para congelar óvulos, embora seja mais adequado realizar o procedimento até os 35 anos, quando possível. Apesar disso, essa é uma avaliação que deve ser feita individualmente e por um médico especialista.

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