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Adiamento da maternidade

Adiamento da maternidade: carreira é a razão

Mulheres na Grã-Bretanha que querem ter filhos estão fazendo o adiamento da maternidade principalmente para se concentrar em suas carreiras, descobriu um estudo, realizado pela University College London e publicado no Human Reproduction.

Fatores como estabilidade financeira  e outros foram considerados menos importantes quando se considera o momento de começar uma família. Uma mudança marcante na vida familiar  inglesa foi revelada pelas estatísticas no início deste ano, que mostraram que mais da metade das mulheres não têm filhos aos 30 anos.

Para levantar esses dados, os pesquisadores fizeram um estudo aprofundado para entender por que as mulheres adiam a maternidade com  411 participantes. Foi oferecida para essas mulheres  uma lista com 11 razões para o adiamento da maternidade e lhes foi solicitado que selecionassem até três razões que eram importantes para optar pela idade ideal para a maternidade.

A carreira foi o fator mais importante seguido por “sentir-se pronta” e  estabilidade financeira. A pesquisa também  descobriu que 30 anos é a idade média preferida para se ter um bebê pela primeira vez.

E que quase metade das mulheres, quando questionadas sobre a idade ideal para ser mãe e o motivo da escolha, afirmaram querer que desejavam, primeiro, priorizar a carreira. Apenas 37%  das participantes escolheram o momento da maternidade com base em preocupações financeiras.

Os pesquisadores disseram que muitas mulheres queriam ter um bebê apenas quando sua carreira, finanças e emoções estivessem estáveis, ou seja, quando  o “momento certo” chegasse.

Outras razões para o adiamento da maternidade

Os pesquisadores também observaram que a maioria das mulheres contava com um alto nível educacional, o que pode afetar as prioridades na vida de uma mulher.

Muitas participantes do estudo também disseram que queriam desfrutar da “liberdade” antes de serem mães, o que interfere muito no adiamento da maternidade.

As mulheres também relataram ter que esperar que o parceiro estivesse pronto para ter um filho e preocupações com a licença-maternidade e os cuidados com os filhos.

A  autora do estudo, Joyce Harper, que também é autora do livro Your Fertile Years, declarou que o estudo revela que as mulheres ainda estão priorizando a carreira em vez de ter um bebê, mesmo em 2022.

Segundo Harper, não é necessariamente que elas queiram chegar ao topo da carreira ou sejam super ambiciosas. A realidade é que muitas mulheres se sentem inseguras  porque sentem que suas carreiras sofrerão um impacto depois de voltarem ao trabalho depois de terem um bebê.

Isso mostra a importância de os empregadores apoiarem as mulheres para que elas possam progredir em suas carreiras. Com a forte presença da mulher no mercado de trabalho é preciso pensar em oferecer salários  e benefícios melhores, para que as mulheres possam pagar pelos cuidados infantis, como creches, escolas, babás.

Os autores do estudo  fazem um importante alerta:  as mulheres podem ficar sem tempo para ter filhos. Eles recomendam um investimento numa  educação melhor para que as mulheres entendam que a fertilidade diminui na casa dos trinta e que a fertilização in vitro não é uma solução infalível.

“Ao ler os resultados dessa pesquisa, os comparo com os  três assuntos centrais que os especialistas em Reprodução Assistida vêm discutindo nos últimos anos: planejamento reprodutivo é essencial, a preservação da fertilidade via congelamento de óvulos precisa ser difundida e fiv não é solução para todos os casos de infertilidade. Precisamos avançar muito nessas discussões”, afirma o especialista em Reprodução Assistida, Pedro Peregrino, Diretor da Clínica Venvitre.

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